Monday, July 27, 2009

Obidos, Parte 2

Nem estava em Óbidos, mas OK! Cá vão 2 updates num. Isto é mais para mim que outra coisa anyway.

A saída da rotina fez-me sede de escrever e deparei-me com dois factos. Em primeiro que provavelmente é a primeira vez que tenho de facto escrito algo sobre mim, sobre os meus viveres e certos dissabores, por muito vagos que possam ser — os maiores pormenores ficam para os mais próximos. Já o tinha feito antes, mas nunca com um sentimento como o presente. Nunca senti uma real necessidade de me expor desta maneira. É um desabafo, para ver se não me esqueço das minhas próprias imbecilidades. Em segundo, se leres isto acho que percebes. Nunca o fiz e tinhas razão, fui uma besta. Criancices de quem fala com o rei na barriga. “Then it all crashes down, and you point your finger but there’s no one around.” Dei demasiado valor às coisas erradas, admito. Estes dias estão-me a mostrar isso. Minto. Hoje percebi isso. Já lá vão 3 anos desde que me o disseste, tenho-o por escrito, mas não o li. Li o suficiente para não o esquecer, apenas isso. Infelizmente, apenas isso. Jamais a vou esquecer.

Já não sei o que digo.



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Não consigo dormir. Estou farto de viver por hoje, mas nem o cansaço interrompe o barulho na minha cabeça. Recordo o que o David disse ontem em casa do Fred, sobre como quando chutou a bola para a bóia em forma de pato em anel e lá a enfiou à primeira tentativa, e como quando no momento do chuto ele sabia que ela ia entrar. Tão simples quanto isso. É mais do que acreditar, mas abaixo de prever. Um sentimento inexplicável de “é agora”, de que naquele local, naquele momento, aquilo devia ser feito. E acontece, sem nada de miraculoso ou extraordinário. Simplesmente acontece porque tinha de acontecer. A perfeita sintonia da acção com a corrente do caos.

Esta sucessão de eventos faz-me sentir isso. É isto. É assim, e assim tem de acontecer.

Não quero ser pessimista, mas isto vai acabar mal.

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