Tuesday, July 21, 2009

Cruciform

Antes de sair para a feira, por algum motivo que me transcende, o meu porta-bagagens optou por não cooperar na sua abertura. Podia ter ignorado a coisa, mas amanhã a partida é cedo, e visto que vim com a bagageira cheia era capaz de dar jeito funcionar amanhã.

Abri e fechei os bancos traseiros várias vezes sem já saber o que fazer, até que reparo que tenho... uma avelã em plástico com sensivelmente o tamanho de uma real, ou talvez apenas ligeiramente maior, com um crucifixo lá dentro. Um pouco bizarro, mas pouco depois o problema da bagageira lá se resolveu.

Passei as últimas semanas a dizer que o caos estava forte. Muito forte mesmo. O carro funcionou logo. Cruzes mistério não são inéditas, apesar de para mim o serem. E até trouxe a pulseira em cabedal, nem sei bem porquê (claro que sei, e este evento em conjunto deixou-me feliz). E depois do que li, sobre o que o Padre Hoyt e o verdadeiro fim de Duré em Hyperion, eu vejo isto como o caminho.

No entanto, nunca percebi bem qual a noção da Joana e os seus infindáveis achados cruciformes, e quanto ao padre Duré (SPOILER ALERT) acabamos nós por descobrir que, após ter adquirido uma maneira de renascer em caso de morte, ele descobre por sua vez que uma quantidade em excesso de dor poderia fazer recessar o processo de ressuscitação. A solução? Auto-crucificação numa árvore geradora de electricidade, fritando-o, mas, ao contrario do que esperava, não o suficiente para eliminar o método de ressuscitação. Foi encontrado 7 anos depois, sem pele, cego e com grande parte do corpo igualmente corrompido, num estado de perpetua regeneração e como tal de enorme sofrimento.

Prefiro não tirar conclusões e deixar-me pelos sinais.

E o crucifixo no carro? Onde me vai levar amanhã?
E as 4 horas de sono agora?
E eu não ter sono?
E o café amanhã?

Tem sido uma semana de caos e revelação. As minhas convicções provam-se uma vez mais.
Quarta poderei reflectir mas sobre os últimos dias.

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