Capitulo I
Uma cidade morta.
Preparados para partir, Rhaziel preveniu-os para em caso algum falarem mal do Príncipe ao Nosferatu. “Ele sempre serviu fielmente o Príncipe, o que não é muito comum nos Nosferatu e, como tal, sempre foi muitíssimo bem recompensado. Isto, para além que é o líder de uma das equipas de limpeza do xerife. É extremamente competente e respeitado. Confiem nele conforme precisarem e terão um bom aliado, mas cuidado com o que lhe dão em troca, não se esqueçam que afinal é um Nosferatu e que por vezes são piores que os Ventrue. Já agora, todos o tratam por Lobo”. Duvida-se que alguém saiba o seu verdadeiro nome, talvez com a excepção do clã.
Miguel e Augusto abandonaram o prédio, situado ao pé do Marquês do Pombal, ao lado da zona de Elysium. O edifício havia sido restaurado há não muito tempo, pois à uns anos ocorreu um incidente que acabou mal, até deu escândalo entre os humanos, e no final rolaram cabeças.
O Augusto optou por deixar o carro estacionado e foram a pé até à Praça. A noite estava igual a tantas outras sextas-feiras, com carros e pessoas a passar, provavelmente a dirigirem-se para a noite ou a rodarem o destino, pois já nem era muito cedo, com o relógio a começar a aproximar-se da meia-noite. Já na Praça, junto à estátua de Dom José, estava um grupo já nitidamente alcoolizado, confirmado pelo volume das vozes e por berros soltos espontaneamente – o que era bom, caso algum deles eventualmente avistasse o Nosferatu.
Toda a área estava em obras à meses, e ainda tiveram que dar uma volta à sua procura, até que à beira dum túnel enorme que se dirige para o subsolo o encontraram. Terrivelmente desfigurado e com cicatrizes a cobrirem-lhe o pouco do seu corpo que é visível, curiosamente emanava um carisma que aliviava a perturbada visão. Bem encorpado, era difícil não reparar na agilidade com que se mexia e o modo quase enfeitiçante com que movia os membros. Vestido de sobretudo e um chapéu, não fosse o seu aspecto deformado, pareceria um autêntico senhor.
“Estava à vossa espera”, comentou, ainda estavam eles a se aproximar. “Mesmo assim, pensei que ainda demorassem um pouco mais, menos mal”.
A sua voz é possante e determinada, cuja fala acompanha com não muitos gestos, passando bem despercebido em zonas mal iluminadas.
“Bom dia Miguel, finalmente que te conheço!”
“Olá Lobo. Este é um amigo meu, um Lasombra.”
“Eu sei”, interrompeu.
“Sabes?” Claro. Se estava à espera deles, a mesma pessoa que o avisou provavelmente contou mais qualquer coisa. Ou poderia ser apenas bluff para ficar bem visto, afinal o Miguel já tinha dito quem era Augusto.
“Um Gangrel que trabalha para mim viu-vos ontem a despachar aí os amigalhaços dele. Novatos, pensaram na asneirada que fizeram? Felizmente o Sombra reparou em testemunhas e tratou delas, senão queria ver como ia ser hoje de manhã a venda de jornais.”, repreendeu num tom passivo. “Também é para isso que cá estamos nós, não é? Vejam é se estas histórias não se repetem, que para a próxima pode ser alguém menos simpático a ter que vos limpar as asneiras, ou pior, pode não haver ninguém para as limpar. Enfim, continuando, que querem vocês?”
Alternadamente, ambos colocaram algumas dúvidas e aproveitaram para pedir equipamento, nomeadamente armas. Se alguém é capaz de arranjar seja o que for, uma dessas pessoas é o Lobo. Por outro lado, pedir-lhe certas coisas sem dar motivos concretos, seria como entrar numa esquadra da Judiciária e pedir meia dúzia de semi-automáticas.
Quanto ao Dinis – Carlos o seu primeiro nome – o Lobo revelou que ele se está a preparar para tentar adquirir o grupo PTcom, que, como é sabido, é controlada pelo Príncipe Pedro II. Se isto for até ao fim, irá muito provavelmente significar o fim do reinado, já que muitos dos associados de Pedro II o irão deixar de apoiar se este perder a sua principal mais valia. Lobo mencionou também que estão a tentar chegar aos moderadores das negociações para impedir que estas prossigam e calou-se. Obviamente que não contou tudo o que sabia, mas o que disse não parecia ser mentira. Ou pelo menos, eles dois assim não o acharam.
Miguel e Augusto abandonaram o prédio, situado ao pé do Marquês do Pombal, ao lado da zona de Elysium. O edifício havia sido restaurado há não muito tempo, pois à uns anos ocorreu um incidente que acabou mal, até deu escândalo entre os humanos, e no final rolaram cabeças.
O Augusto optou por deixar o carro estacionado e foram a pé até à Praça. A noite estava igual a tantas outras sextas-feiras, com carros e pessoas a passar, provavelmente a dirigirem-se para a noite ou a rodarem o destino, pois já nem era muito cedo, com o relógio a começar a aproximar-se da meia-noite. Já na Praça, junto à estátua de Dom José, estava um grupo já nitidamente alcoolizado, confirmado pelo volume das vozes e por berros soltos espontaneamente – o que era bom, caso algum deles eventualmente avistasse o Nosferatu.
Toda a área estava em obras à meses, e ainda tiveram que dar uma volta à sua procura, até que à beira dum túnel enorme que se dirige para o subsolo o encontraram. Terrivelmente desfigurado e com cicatrizes a cobrirem-lhe o pouco do seu corpo que é visível, curiosamente emanava um carisma que aliviava a perturbada visão. Bem encorpado, era difícil não reparar na agilidade com que se mexia e o modo quase enfeitiçante com que movia os membros. Vestido de sobretudo e um chapéu, não fosse o seu aspecto deformado, pareceria um autêntico senhor.
“Estava à vossa espera”, comentou, ainda estavam eles a se aproximar. “Mesmo assim, pensei que ainda demorassem um pouco mais, menos mal”.
A sua voz é possante e determinada, cuja fala acompanha com não muitos gestos, passando bem despercebido em zonas mal iluminadas.
“Bom dia Miguel, finalmente que te conheço!”
“Olá Lobo. Este é um amigo meu, um Lasombra.”
“Eu sei”, interrompeu.
“Sabes?” Claro. Se estava à espera deles, a mesma pessoa que o avisou provavelmente contou mais qualquer coisa. Ou poderia ser apenas bluff para ficar bem visto, afinal o Miguel já tinha dito quem era Augusto.
“Um Gangrel que trabalha para mim viu-vos ontem a despachar aí os amigalhaços dele. Novatos, pensaram na asneirada que fizeram? Felizmente o Sombra reparou em testemunhas e tratou delas, senão queria ver como ia ser hoje de manhã a venda de jornais.”, repreendeu num tom passivo. “Também é para isso que cá estamos nós, não é? Vejam é se estas histórias não se repetem, que para a próxima pode ser alguém menos simpático a ter que vos limpar as asneiras, ou pior, pode não haver ninguém para as limpar. Enfim, continuando, que querem vocês?”
Alternadamente, ambos colocaram algumas dúvidas e aproveitaram para pedir equipamento, nomeadamente armas. Se alguém é capaz de arranjar seja o que for, uma dessas pessoas é o Lobo. Por outro lado, pedir-lhe certas coisas sem dar motivos concretos, seria como entrar numa esquadra da Judiciária e pedir meia dúzia de semi-automáticas.
Quanto ao Dinis – Carlos o seu primeiro nome – o Lobo revelou que ele se está a preparar para tentar adquirir o grupo PTcom, que, como é sabido, é controlada pelo Príncipe Pedro II. Se isto for até ao fim, irá muito provavelmente significar o fim do reinado, já que muitos dos associados de Pedro II o irão deixar de apoiar se este perder a sua principal mais valia. Lobo mencionou também que estão a tentar chegar aos moderadores das negociações para impedir que estas prossigam e calou-se. Obviamente que não contou tudo o que sabia, mas o que disse não parecia ser mentira. Ou pelo menos, eles dois assim não o acharam.
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