Thursday, March 08, 2007

Setembro 14, 1998.

Querida Raquel,

O dia de ontem foi horrível, devastador, aterrorizante. Agoniante. A cada segundo que passava e o dia se transformava em noite que o aperto se tornava maior, e maior. Tão lento, tão lento que me permitia ver os raios do sol a moverem-se na minha direcção. A atacarem-me. Tão lento que por instantes nem a luz era visível. Apenas a visão do nada me acompanhava, da terrível companhia do ninguém. O seu abraço é gélido, sabes?

Desculpa. Quem sou eu para aqui estar a deambular por tais descrições quando deves ter tanto com que te preocupar. Aguardava com todo o amor possível pelo teu retorno, desde que me o prometeste na tua última carta, antes do verão, minha querida irmã. Desde então que te imagino como quando éramos mais pequenos, lembras-te? Quando vivemos aqueles anos com os tios? Saudades desse tempo.

Não foi por causa daquele teu pseudo-marido que não me vieste ver, pois não? Se foi ele que te impediu de me vires visitar, ou pior, se voltou a tocar-te num cabelo que seja, eu juro que o mato quando sair daqui. Eu arranjo forma de sair daqui só para te libertar dele. Zermalme ihn. Töte ihn! Nojenta criatura.

Espero saber de ti em breve, sabes o quão importante és para mim. Como és tudo para mim.

Eternamente a teu lado,
E.

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