Lembranças do sangue a escorrer pelas coxas — permanece no inconsciente. Sem noção, o sabor doce, como o primeiro fôlego desesperado, nunca desaparece. Acasos, que aumentam o fascínio.
O constante palpitar — dor que se aprende e logo se esquece.
Alivia a alma. Impede a vida.
Escorre lentamente.
Assusta na anormalidade quem não conhece o seu desespero.
Escorre por ti abaixo, sai pelas extremidades sem nada fazer. Beleza personificada, pelos traços do inevitável. Sem força. Dependente e doente.
Jazes imóvel no escuro.
Caiem-te dos olhos — as lágrimas divinas pintam-te o rosto. E é a mascara que usas, para todos contemplarem o castigo. Tinta para te escrever, fundo e cravado, um livro de cicatrizes. Conta a história do passado, saboreia o efémero. O gosto que não sente, a memória.
Do ódio nasce o gosto incompreensível que te atormenta. O vazio apodrece os sentidos, desperta a cor. O sangue controla a vida e nada mais. Recordar a fome. Sentir o medo de acordar.
Se viver é recordar prefiro morrer.
Sem força, dependente e doente, jazes imóvel no escuro.
Tuesday, March 20, 2007
A história da vida e da morte.
Insaniae
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